Ao longo da evolução do capitalismo percebe-se que a relação entre Estado e economia sofreu profundas alterações. Durante os séculos XVIII e XIX imperou a lógica liberal. Estado e economia não se misturavam. Cada um no seu quadrado. Adam Smith criou a metáfora da Mão Invisível do Mercado para expressar a idéia de uma auto-regulação do mercado, através do mecanismo infalível da Lei de Oferta e Procura.
Foi um período de forte crescimento econômico. Não demorou muito para que empresas norte-americanas se tornassem gigantescas corporações. Nas primeiras décadas do século XX tudo ia muito bem, especialmente porque a Europa, arrasada pela I Guerra, precisava importar quantias significativas de produtos dos Estados Unidos, o que estimulou investimentos em ações destas empresas. Mas então, no final da década de 1920, com a economia já recuperada, a demanda por importações na Europa é reduzida drasticamente, o que derruba o valor das corporações americanas. Procurando reduzir as perdas, muitos investidores colocam suas ações a venda. Foi então que a Lei da Oferta e Procura passou sua 'mão invisível' na bunda do mercado. Crise generalizada.
Mudança de planos. O Estado precisava retomar investimentos, arrumar a bagunça e dar novos rumos à economia. Foram longas décadas de Keynesianismo. Até que o Estado, pesado demais para sustentar seu próprio tamanho, começa a reduzir sua participação direta da economia. Privatizações, concessões à iniciativa privada, corte de investimentos. Nesse contexto, muitas corporações já tinham superado em importância econômica países inteiros. Pressionados, os Estados passam a regular câmbio, controlar juros, emissão de moeda, defender fronteiras e passaram a atuar na economia como coadjuvantes. O circo no neoliberalismo estava armado.
Eis que, numa semana bastante conturbada, uma série de empresas do setor financeiro norte-americano decretam falência. Entre elas, o segundo maior banco do país e a terceira maior seguradora do mundo. Mas o que surpreende é o que vem depois: o governo dos Estados Unidos injetam bilhões de dólares para estatizar estas empresas e evitar o pior, um revival de 1929.
Fica a sensação de que o neoliberalismo foi colocado contra a parede. Será que o Estado Mínimo voltará a ganhar espaço? Será que se inicia uma nova fase dentro da evolução do sistema capitalista? É cedo para avaliar, mas não há dúvidas de que o mês de setembro, mais uma vez, entrará para a história dos Estados Unidos. Naquela ocasião, duas torres tombaram. Agora, tombam velhos paradigmas.
Foi um período de forte crescimento econômico. Não demorou muito para que empresas norte-americanas se tornassem gigantescas corporações. Nas primeiras décadas do século XX tudo ia muito bem, especialmente porque a Europa, arrasada pela I Guerra, precisava importar quantias significativas de produtos dos Estados Unidos, o que estimulou investimentos em ações destas empresas. Mas então, no final da década de 1920, com a economia já recuperada, a demanda por importações na Europa é reduzida drasticamente, o que derruba o valor das corporações americanas. Procurando reduzir as perdas, muitos investidores colocam suas ações a venda. Foi então que a Lei da Oferta e Procura passou sua 'mão invisível' na bunda do mercado. Crise generalizada.
Mudança de planos. O Estado precisava retomar investimentos, arrumar a bagunça e dar novos rumos à economia. Foram longas décadas de Keynesianismo. Até que o Estado, pesado demais para sustentar seu próprio tamanho, começa a reduzir sua participação direta da economia. Privatizações, concessões à iniciativa privada, corte de investimentos. Nesse contexto, muitas corporações já tinham superado em importância econômica países inteiros. Pressionados, os Estados passam a regular câmbio, controlar juros, emissão de moeda, defender fronteiras e passaram a atuar na economia como coadjuvantes. O circo no neoliberalismo estava armado.
Eis que, numa semana bastante conturbada, uma série de empresas do setor financeiro norte-americano decretam falência. Entre elas, o segundo maior banco do país e a terceira maior seguradora do mundo. Mas o que surpreende é o que vem depois: o governo dos Estados Unidos injetam bilhões de dólares para estatizar estas empresas e evitar o pior, um revival de 1929.
Fica a sensação de que o neoliberalismo foi colocado contra a parede. Será que o Estado Mínimo voltará a ganhar espaço? Será que se inicia uma nova fase dentro da evolução do sistema capitalista? É cedo para avaliar, mas não há dúvidas de que o mês de setembro, mais uma vez, entrará para a história dos Estados Unidos. Naquela ocasião, duas torres tombaram. Agora, tombam velhos paradigmas.
8 comentários:
professor, e ai quais são as novidades sobre a crise economica??
a obs, o senhor acha que tem algum futuro aquela organização dos paises sulamericas aos moldes da OTAN?
e outra pergunta, o Brasil, a Argentina, e etc.. não poderiam proibir a passagem do tal porta aviões em suas terras??
Lucas,
Esta semana os presidentes dos países membros da UNASUL se reuniram para discutir sobre a crise na Bolívia. É a primeira vez na história que presidentes sulamericanos discutem problemas sulamericanos em território sulamericano. Antes estas questões eram discutidas no âmbito da OEA, em Washington. Acho que por aí dá pra ver que a UNASUL representou um grande avanço político e simbolico para a integração regional.
E sobre o porta-aviões, ele só pode navegar no mar territorial (15 milhas marítimas) com autorização da Marinha de cada país. Mas de fora destas 15 milhas ele já causaria muito estrago numa situação de conflito...
entendi, obrigado professor.
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL767288-9356,00-PACOTE+DE+AJUDA+AOS+MERCADOS+SERA+DE+US+BILHOES.html
link do site da globo.com na parte sobre o novo fundo de investimento criado contra a crise, os 700 bilhões de dolares.Ao que parece não teremos a repetição de 1929.
Oi Faber, muito boa a proposta do seu blog, meu nome é Tiago e sou cunhado do Hansen, visite o meu blog também: vaivirarmar.wordpress.com
abraços
Tiago
Oi Faber, muito boa a proposta do seu blog, meu nome é Tiago e sou cunhado do Hansen, visite o meu blog também: vaivirarmar.wordpress.com
abraços
Tiago
Fê,
poste mais sobre a crise.
Vou usar seu blog, jutno ao jornal, como forma de me atualizar!
Abraço.
Muito bom texto, Faber!! Em poucos parágrafos vc conseguiu fazer uma boa revisão! :)
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